
Se tinha algo me incomodando sobre a produção deste novo livro do Era Perdida é que ele ainda não tinha um subtítulo. Ter que escrever “Era Perdida: O Livro” apenas mostrava a todos que não sabia o que eu queria com a obra.
Sou graduado em jornalismo e, se tem algo que aprendemos na faculdade, é que o título muitas vezes quer dizer mais sobre o texto que o próprio texto, acredite! Você se impressionaria com a quantidade de pessoas que comentam uma matéria sem ter lido a matéria, apenas por ler o título. Por mais que isso não seja recomendado, os jornais – por exemplo – usam isso muito bem para manipular informações.
Deixando as teorias da conspiração de lado, não foi fácil decidir um subtítulo para este novo Era Perdida. Muitas opções foram avaliadas. “Reinos do Leste” não é 100% o que eu esperava. Não depois de saber que Peter Jackson tinha alterado o terceiro filme de O Hobbit de “Lá e de volta outra vez” para “A Batalha dos Cinco Exércitos”, pois este era mais “forte”, ou seja, o novo subtítulo mostra que as coisas ainda não estavam resolvidas e, talvez, aconteceria uma evento ainda mais importante que o próprio dragão Smaug. Matéria do site Box Office Mojo mostra que a decisão do diretor foi acertada, pois o pensamento de que se não fossem ver o filme perderiam a maior batalha da trilogia, fez as pessoas se interessarem pelo filme.
Pensando dessa forma, “Reinos do Leste” não é um bom subtítulo, pois, em um primeiro momento, não significa nada. Parece uma chata e tediosa descrição sobre reinos que estão no leste, dãh!
Entretanto, minha decisão por esse nome vai além do marketing. A ideia por trás de Era Perdida: Reinos do Leste é ser claro com o leitor no ponto fundamental do livro: este livro fala de um outro local e não da Terra. Esse livro vai narrar acontecimentos que acontecem em outro local, em outro mundo, diferente do seu. Por isso este título me contagiou. Quando você lê “Reinos do Leste”, acredito que você não pense na China ou no Japão antigo. Você pensa em reinos fantasiosos que estão no Leste e este é justamente um dos eixos do livro. Falar sobre a cultura, a sociedade e a forma de vida nesses lugares, além de relatar grandes acontecimentos e personagens importantes para essa área do mundo.
Um livro de fantasia de verdade, na minha opinião, deve ser alicerçado em um mundo tão bem estruturado que pareça real, mas apresentado com cuidado, para não se transformar em uma chata aula de história ou geografia. Tentei levar esses dois conceitos em consideração na redação de Era Perdida: Reinos do Leste.
Por esses motivos, ainda não estou 100% certo da escolha desse subtítulo, no entanto, ao que tange meus objetivos, parece ser o mais verdadeiro.